O Tribunal do Júri de Sorriso realizou, nesta sexta-feira (14), o julgamento de um dos casos mais antigos e marcantes do município. Antônio Ramos Escobar, de 62 anos, foi condenado a 45 anos de prisão, em regime fechado, pelos crimes de homicídio qualificado, estupro de vulnerável e ocultação de cadáver contra a menina Sara Vitória Fogaça Paim, de 5 anos, desaparecida em 2010.
A sentença foi definida no início da noite, após um dia inteiro de debates que se estendeu até cerca de 21h30. As penas foram estabelecidas conforme a legislação vigente à época dos fatos, sendo 32 anos pelo homicídio, 11 anos e 8 meses pelo estupro de vulnerável e 1 ano e 4 meses pela ocultação do corpo.
Clima de forte comoção
O julgamento foi marcado por grande emoção. Familiares de Sara acompanharam toda a sessão e, em alguns momentos, precisaram deixar o plenário devido ao conteúdo sensível apresentado no processo. Vestindo camisetas com a foto da criança, eles aguardaram a decisão com expectativa. Ao final, a mãe da menina, Vera, afirmou sentir “alívio por ver a justiça sendo feita”.
Revelações e depoimentos
Durante o julgamento, foram citados outros relatos de violência sexual atribuídos ao réu, inclusive envolvendo pessoas próximas. A esposa de Antônio, em depoimento, relatou comportamento agressivo dentro de casa e disse ter sentido medo de denunciar situações anteriores. Ela também afirmou ter visto, no dia do desaparecimento da menina, uma mancha de sangue na camiseta do marido — informação que só veio à tona após sua prisão.
Trechos de vídeos com declarações prestadas pelo réu no período das investigações foram exibidos aos jurados. Por se tratar de um caso que envolve violência contra criança, o conteúdo foi tratado com cautela pelas autoridades e pelos meios de comunicação.
Tese rejeitada pela defesa
A defesa tentou levantar a hipótese de que outro homem — que residia próximo à família de Sara e que, posteriormente, teria sido investigado por crimes semelhantes — pudesse ter envolvimento no caso. Esse suspeito, no entanto, morreu anos atrás, o que impossibilitou o prosseguimento das investigações nessa linha. A tese não foi acolhida pelos jurados.
15 anos sem respostas sobre o corpo
Mesmo após mais de uma década de buscas e diligências, o corpo de Sara nunca foi localizado, o que sempre representa um capítulo particularmente doloroso para familiares e para a equipe investigativa.
Durante o júri, foram ouvidos policiais, testemunhas e autoridades que atuaram na investigação ao longo dos anos, inclusive algumas que já não residem mais em Sorriso.
Encerramento de um caso que marcou a cidade
Após 15 anos do crime, o julgamento trouxe um desfecho judicial para um dos episódios mais traumáticos da história recente de Sorriso. A condenação representa, para a família, um passo importante em uma longa trajetória de dor, espera e busca por justiça.
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