O desembargador Wesley Sanchez Lacerda, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), concedeu uma decisão liminar favorável à empresária Emilly de Almeida Nascimento, uma das investigadas na terceira fase da Operação Alta Tensão, deflagrada pela Polícia Civil com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada no furto de cabos de cobre em propriedades rurais do norte do Estado.
A decisão substitui a prisão domiciliar da empresária por medidas cautelares diversas da prisão, entre elas: comparecimento mensal em juízo para informar e justificar atividades; proibição de se ausentar da comarca sem autorização judicial; obrigação de manter endereço e contatos atualizados nos autos; e proibição de manter contato, direto ou indireto, com os demais investigados da operação.
De acordo com o advogado Dener Felipe Felizardo, o relator considerou que o delito imputado — receptação qualificada — não envolve violência e que o decreto prisional não apresentou novos elementos que justificassem a manutenção da prisão.
“A paciente é primária, possui empresa consolidada, residência fixa e vínculos familiares sólidos. Nada há que indique intenção de fuga ou reiteração criminosa. Além disso, a investigação já conta com instrumentos eficazes de contenção, como bloqueio de bens e quebras de sigilo, tornando dispensável a custódia cautelar”, destaca trecho da decisão.
Contexto da Operação Alta Tensão
A Operação Alta Tensão teve sua terceira fase deflagrada na última quarta-feira (22) pela Polícia Civil de Mato Grosso. A ação busca desarticular um grupo criminoso que, segundo as investigações, atuava de forma premeditada e sistemática no furto de cabos de cobre em 11 municípios da região norte do Estado, incluindo Sorriso, Lucas do Rio Verde, Vera e Sinop.
O inquérito policial, instaurado no início de 2025, apurou que a quadrilha estaria envolvida em pelo menos 37 furtos e outros crimes patrimoniais cometidos entre 2023 e 2025, causando prejuízos milionários às vítimas. Estima-se que o grupo tenha subtraído 17,5 toneladas de fios de cobre, além de outros equipamentos de alto valor utilizados em sistemas de irrigação (pivôs centrais) e maquinários agrícolas.
As primeiras ocorrências foram registradas por produtores rurais do município de Sorriso, que relataram furtos recorrentes durante a noite. A partir dessas denúncias, a Polícia Civil intensificou as investigações, identificando os integrantes e o esquema de comercialização do material furtado.
Com a decisão do TJMT, Emilly de Almeida Nascimento responderá ao processo em liberdade, sob as restrições determinadas pelo tribunal, enquanto as investigações seguem sob responsabilidade da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (DERF).







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