A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta quarta-feira (22), a terceira fase da Operação Alta Tensão, com foco na desarticulação de uma organização criminosa especializada na subtração de cabos de cobre em propriedades rurais de 11 municípios da região norte do estado, entre eles Sorriso, Sinop, Lucas do Rio Verde e Vera. O grupo causava graves prejuízos ao agronegócio e à infraestrutura elétrica das fazendas.
A ação, coordenada pela Delegacia de Polícia de Sorriso, cumpre nove mandados de prisão preventiva e ordens judiciais de bloqueio de valores, sequestro de bens e suspensão das atividades de uma empresa de sucatas, apontada como principal receptadora do material furtado.
Até o momento, seis pessoas foram presas em Sinop, onde os mandados estão sendo cumpridos. A polícia também apreendeu carros de luxo e mais de R$ 83 mil em dinheiro vivo.
Esquema milionário e atuação organizada
As investigações revelam que o grupo criminoso agia de forma premeditada e sistemática, sendo responsável por pelo menos 37 furtos registrados entre 2023 e 2025 em cidades do médio-norte mato-grossense. A quadrilha também teria atuado em Vila Bela da Santíssima Trindade, no oeste do estado.
O esquema envolvia crimes de furto qualificado, organização criminosa armada, lavagem de dinheiro e receptação qualificada, com movimentação financeira que pode ultrapassar milhões de reais. Estima-se que o grupo tenha subtraído mais de 17,5 toneladas de fios de cobre.
Modus operandi
O inquérito foi instaurado no início de 2025, após diversas ocorrências registradas em Sorriso. Os criminosos agiam durante a noite, invadindo propriedades rurais e furtando cabos de cobre utilizados em sistemas de irrigação (pivôs centrais), além de outros materiais de valor.
O material era levado a uma propriedade rural, onde passava por um processo de “limpeza” — a queima da borracha isolante para separação do cobre. Em seguida, o metal era vendido a uma empresa de sucatas, pertencente a um dos investigados.
As imagens do circuito interno da empresa comprovaram a participação ativa de colaboradores e gerentes no processo de pesagem, cadastro e pagamento da sucata. O líder do grupo era responsável por negociar as vendas e gerenciar a movimentação financeira do esquema.
Prisões e continuidade da operação
Com a conclusão do inquérito, o delegado Paulo Brambila representou pela prisão preventiva dos envolvidos, medida acolhida pela Justiça.
Durante a fase anterior da operação, em fevereiro deste ano, três integrantes já haviam sido presos, mas um deles foi posteriormente solto e voltou a ser alvo dos mandados atuais.
A Operação Alta Tensão segue em andamento e marca mais um avanço da Polícia Civil no combate a organizações criminosas que afetam diretamente a economia e a segurança no campo.







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