Menos de cinco meses após deixar o Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, em Cuiabá, Lumar Costa da Silva — autor de um dos crimes mais chocantes da história de Mato Grosso — voltou a ser preso. Ele descumpriu as condições impostas no momento da desinternação e ainda foi denunciado por violência doméstica. A prisão foi cumprida na última sexta-feira (14), no estado de São Paulo.
Lumar havia sido desinternado em 18 de junho deste ano, quando seguiu imediatamente para Campinas (SP) junto ao pai e curador, Gilmar Costa Silva. Porém, de acordo com informações repassadas à Justiça, ele deixou a residência do pai, abandonou o tratamento médico e parou de tomar as medicações prescritas, condições obrigatórias para permanecer em liberdade vigiada.
Diante das violações e da nova denúncia por violência doméstica, o juiz da Vara de Execuções Penais de Cuiabá, Geraldo Fidelis, determinou novamente sua prisão e requisitou o recambiamento para Mato Grosso. A transferência já foi solicitada.
Ao chegar ao estado, Lumar será encaminhado provisoriamente ao Raio 8 da Penitenciária Central do Estado (PCE), setor considerado o ponto máximo de segurança do sistema prisional mato-grossense. Ele deverá permanecer isolado até que surja vaga no Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho. O magistrado já confirmou que deve determinar nova internação diretamente, destacando que o caso de Lumar é hoje o mais emblemático do sistema de saúde mental do Estado.
Relembre o caso
Lumar Costa da Silva foi preso em 3 de julho de 2019, horas após assassinar a tia, Maria Zélia da Silva, 55 anos, em Sorriso. O crime chocou o país: além de golpear a vítima com facadas, ele arrancou o coração dela e entregou o órgão à própria prima, filha de Maria Zélia.
Submetido a exame de sanidade mental, Lumar foi declarado inimputável em dezembro de 2021 pelo juiz Anderson Cândido. O laudo atestou que ele é portador de transtorno afetivo bipolar tipo 1 e, no momento do crime, não tinha capacidade de entender o caráter ilícito do ato. Por essa razão, não foi levado a júri popular.
Em outubro de 2023, ele deixou a prisão e foi internado no Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, onde permaneceu por quase dois anos. Após avaliações multiprofissionais, foi concedida a desinternação em junho de 2025 — decisão agora revertida devido ao descumprimento das medidas e à nova denúncia criminal.
O processo continuará sob acompanhamento da Justiça mato-grossense.






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