O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decidiu que o julgamento de Gilberto Rodrigues dos Anjos ocorrerá em Sorriso, conforme originalmente previsto. O pedido da Defensoria Pública para que o processo fosse transferido foi rejeitado. Gilberto é acusado de cometer o assassinato e o estupro de Cleci Calvi Cardoso e suas três filhas, Miliane, Manuela e Melissa, crime que ficou conhecido como a “Chacina de Sorriso”. O julgamento está agendado para o dia 7 de agosto, e o réu segue preso na Penitenciária Central do Estado (PCE).
Conrado Pavelski Neto, advogado de Regivaldo Batista Cardoso, viúvo e pai das vítimas, defendeu a realização do julgamento em Sorriso, ressaltando que o Conselho de Sentença é imparcial. Ele refutou a argumentação de que a grande cobertura midiática do caso poderia afetar o julgamento ou a segurança do réu. “Esse crime teve repercussão nacional. Se o julgamento fosse em Cuiabá, o conhecimento sobre o caso não seria menor. O jurado não julga com base na mídia, mas nas provas contidas no processo”, afirmou Pavelski. Ele também destacou que transferir o julgamento prejudicaria a logística para a família das vítimas, que mora em Sorriso.
Gilberto Rodrigues dos Anjos já enfrentou dois outros júris populares em 2024: um pelo assassinato do jornalista Osni Mendes, ocorrido em 2013, em Mineiros (GO), e outro por um estupro em Lucas do Rio Verde no ano passado. Pavelski afirmou que ambos os julgamentos ocorreram sem problemas, o que demonstra a segurança necessária para que o júri aconteça em Sorriso.
O advogado também informou que o processo contém provas consistentes e será sustentado por várias qualificadoras, incluindo o uso de meio cruel, o recurso que dificultou a defesa das vítimas, o feminicídio e a execução dos crimes diante dos familiares como o assassinato da mãe na frente das filhas e a morte das meninas diante da mãe. Por questões de segurança, Pavelski optou por não divulgar outras qualificadoras que constam nos autos.
Quanto à presença do público no julgamento, Pavelski informou que, devido ao espaço restrito, o acesso será limitado. Caso o julgamento seja transmitido online, ele alertou que algumas partes serão cortadas para proteger informações sensíveis e sigilosas.
O pedido da Defensoria Pública para mudança de comarca foi julgado na última quinta-feira (17)
O TJMT rejeitou o pedido da Defensoria Pública para mudar a comarca do julgamento, acatando os argumentos do Ministério Público Estadual (MPMT) e mantendo o processo em Sorriso, como estava originalmente planejado.
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