O delegado Bruno França divulgou nessa semana novos detalhes sobre a investigação do assassinato de Ivan Michel Bonotto, de 35 anos, ocorrido em março desse ano em Sorriso. Segundo o delegado, a médica investigada por fraude processual, teria apagado provas cruciais ao pegar o celular da vítima ainda dentro do hospital, onde Ivan recebeu os primeiros atendimentos após ser esfaqueado.
De acordo com França, a médica chegou ao pronto atendimento apenas quatro minutos após a entrada de Ivan. Usando sua posição profissional, ela teve acesso ao centro cirúrgico e retirou o aparelho celular da vítima. O dispositivo só foi devolvido à família três dias depois, já com informações apagadas.
“A médica aparece, subtrai o aparelho celular e, somente na segunda-feira, ele é restituído à família, já com informações apagadas, provas destruídas”, afirmou o delegado. Ele explicou que uma ordem judicial foi obtida para que a Meta, empresa responsável pelo Instagram, forneça dados técnicos que revelem o que foi apagado, a dimensão dos danos e se os arquivos podem ser recuperados.
A investigação indica que a médica, que mantinha um suposto relacionamento extraconjugal com a vítima, teria apagado evidências não apenas desse vínculo, mas também de conexões entre Ivan, ela e o marido Gabriel Tacca, de 24. O executor das facadas, Danilo Guimarães, já está preso.
Segundo o delegado, a médica admitiu o crime de fraude processual, mas alegou ter deletado apenas conversas que revelavam o caso amoroso com Ivan. A polícia, no entanto, acredita que ela também apagou um vídeo feito pela vítima, no qual o executor seria identificado.
O delegado também revelou que, após o crime, o quadro clínico de Ivan foi inicialmente estabilizado, e ele chegou a dar sinais de consciência.
Na última terça-feira, Gabriel Tacca e Danilo Guimarães foram presos durante a operação Inimigo Íntimo, sob suspeita de serem, respectivamente, mandante e executor do homicídio.
A defesa de Gabriel Tacca, representada pela advogada Débora Prestes, nega qualquer envolvimento do empresário no crime. ”A palavra dele é que é inocente e não tem qualquer ligação com esse crime, apenas o fato dele ser proprietário do bar em que ocorreu o fato.” afirmou. Prestes disse ainda que Gabriel e a médica encerraram o relacionamento no Dia dos Namorados, após um desentendimento.
A Polícia Civil segue com a apuração do caso e aguarda os resultados da quebra de sigilo dos dados do celular da vítima, na tentativa de reconstruir o caminho de acontecimentos que levaram ao assassinato.
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