A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, na manhã desta terça-feira (20), a Operação Ilusion, com o objetivo de cumprir 20 ordens judiciais contra os responsáveis pela empresa Imagem Eventos — que encerrou as atividades de forma repentina no início deste ano, deixando centenas de formandos sem suas festas de colação de grau e formatura.
Entre os alvos estão os empresários Márcio Nascimento e Eliza Severino, sócios-administradores da empresa, que tiveram mandados de prisão preventiva expedidos, mas não foram localizados até o momento. Ambos são considerados foragidos.
A ação é conduzida pela Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon) e representa uma resposta a centenas de denúncias de consumidores lesados. As investigações apontam que aproximadamente mil formandos de mais de 40 turmas foram prejudicados, em cidades como Cuiabá, Várzea Grande e no interior de Mato Grosso e Rondônia. O prejuízo total ultrapassa os R$ 7 milhões.
Além das prisões, a operação também cumpre mandados de busca e apreensão domiciliar, restrição administrativa de oito veículos, suspensão das atividades econômicas das empresas investigadas e sequestro de bens e bloqueio de valores em contas bancárias, totalizando os R$ 7 milhões envolvidos.
Os mandados foram expedidos pelo Núcleo de Inquéritos Policiais (Nipo) com o aval da 18ª Promotoria de Justiça Criminal de Cuiabá, e estão sendo cumpridos também em Maringá (PR) e João Pessoa (PB) com o apoio das polícias civis locais.
Segundo o delegado da Decon, Rogério Ferreira, as apurações revelam que o casal já sabia, com pelo menos quatro meses de antecedência, que não teria condições de cumprir os contratos firmados. “Mesmo assim, continuaram fechando novos acordos, exigindo pagamentos à vista, oferecendo promoções e escondendo materiais digitais de eventos já realizados, com a intenção de comercializá-los posteriormente”, afirmou.
O golpe ficou evidente no dia 31 de janeiro, quando a Imagem Eventos e a Graduar Decoração e Fotografia anunciaram o encerramento das atividades por meio de uma nota nas redes sociais, surpreendendo clientes, funcionários e fornecedores. A decisão foi tomada sem aviso prévio, deixando turmas inteiras, incluindo alunos de medicina e estudantes de escolas públicas e particulares, sem a realização dos eventos contratados.
Os envolvidos são investigados por crime contra o patrimônio, crime contra as relações de consumo e associação criminosa — infrações que somadas podem resultar em penas de até 13 anos de prisão, além de multa.
O nome Ilusion faz alusão à “ilusão” criada pelos empresários, que alimentaram o sonho da formatura em centenas de jovens e seus familiares, mas que terminou em frustração e prejuízo financeiro.
As investigações continuam, e a Polícia Civil segue em busca dos foragidos e de mais provas que possam esclarecer o alcance total da fraude.





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